segunda-feira, 12 de junho de 2023

Ar


Ontem foi um primeiro dia depois de 2020. Me lembro que em Pará de Minas eu ia a show e teatros, saia da minha casa de bicicleta e vestido e ia a eventos culturais, Nayane sempre me chamava e eu encontrava outras pessoas tbm. Era meu momento de usar echarpes. Mas eram raros esses momentos. Não tinha a variedade de eventos em infinitas praças, museus, parques e eventos pagos, como tenho em BH. 

Mas, ao voltar a BH, não voltei à efervescência que eu amava. Eu voltei em março de 2021, a vacinação contra covid 19 devia estar nos idosos de 70 anos ainda, vários eventos estavam suspensos, o medo pairava sempre, a Omicron tinha acabado de gerar nova onda, junto com os encontros de natal e carnaval. 

Lembro de poucas semanas antes de mudar do interior pra capital, eu vir fazer um ultrassom e estar tudo fechadíssimo, porque estávamos em onda roxa mais uma vez. Pois é... tem mais isso: eu estava grávida.

Eu estava gerando uma vida, portanto, era grupo de risco. Gravidez não é doença, mas bagunça o corpo da gente, deixa a gente vulnerável e muitas vezes, super mal de várias coisas. Então, ainda que eventos acontecessem (e não aconteciam), eu não seria apta a estar neles.

Ai a vacinação foi avançando aos tropeços - tropeçando no pé que o des-presidente colocava na frente da gente o tempo todo - e as pessoas foram ficando menos medrosas. Eu tbm. Renato não. E o bebê, eventualmente nasceu. ai foi outra parte da minha história de reclusão. 

Primeiros três meses de vida são complicados, a gente não se conhece direito, tudo é mais complexo. E na parte física, a imunidadezinha dele ainda estava em formação, de modo bem incipiente. Nós somos pais modernos, que leem, que seguem as recomendações de tudo quanto é órgão de saúde desse mundo, então somos mais cautelosos, fechados, arrogantes também. Ai continuamos em casa. nada acontecia nas nossas vidas a noite, a casa às escuras, pra respeitar o ciclo circadiano no sono do bebê. Ele foi criado igual os passarinhos: o sol se pôs, ele dormia. 

E tivemos sim alguns eventos noturnos. Eu não lembro bem qual foi o primeiro (se eu parar pra analisar, com certeza descubro, pq foram pouquíssimos), mas eu me lembro do Renato dirigindo a noite, na volta pra casa, e eram apenas umas 19 horas. E ele comentando como era estranho estar fora de casa no escuro, com as luzes da cidade acesas, barulhos diferentes da vida acontecendo após o sol ir embora. 

Paulatinamente o Gabe deixou de seguir estritamente o ciclo do sol para dormir. Mas a nossa vida noturna ainda é muito limitada porque ele ainda dorme cedo. E aí ontem...

Quando Pato Fu encerrou a que devia ser a sétima música do repertório do show Rotorquestra de LiquidificaFu (Pato Fu com orquestra Ouro Preto) e as luzes saíram do palco e iluminaram a plateia, eu senti tanto ar entrando em mim... Ai começou uma música mais romântica/melancólica e eu chorei umas duas lágrimas de emoção. 

Não tinha a ver com a letra - um amor acabando, mas com o meu corpo ali no meio de desconhecidos, todos olhando pro mesmo lado, escutando um som caro pra nós. eu olhei pro céu e tinha estrelas. e eu estava na rua, em um show, balançando meu corpo ao ritmo da música que a Fernanda Takai cantava. Foi como um começo de nova temporada. Que não deve ser bem assim, Gabe está só com 1 ano e 8 meses. Mas nossa! Me deu tanta esperança! 

Deve demorar pra gente sair livremente, mas já sei que às vezes eu estarei fora de casa, uma lua sobre a minha cabeça sem telhado pra tampar. Pessoas olhando por mesmo lugar, e eu me movendo com o som que estiver sendo feito. Respirando...

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Julho de 2018

Tô com essa dor nas costas. Bem abaixo do fim do pescoço. Não sei porque, mas direto essa dor vem. Eu achava que era dor de tensão, mas eu tô tensa com o quê?
Com o fato de ser o  sexto mês que um óvulo meu não encontra com um espermatozoide do Renato? Ou se encontra, eles não viajam juntos até o útero. Ou se viajam, eles não se fixam à parede? Ou... 
Ou eu tô tensa porque amanhã é dia de feira? E eu ainda tenho que ajeitar as sacolas, os pães, o antepasto nos potes, e eu tô com muito sono.
Ou é porque além da feira eu tenho degustação no Dandô, um evento cultural musical. Cores da Horta estará lá e eu (que sou a Cores da Horta - junto com o Renato) tenho que fazer caldo e pão pra degustação. 
Ou é porque entre a feira e o Dandô eu tenho um seminário sobre "Bem aventurados os puros de coração" e quem falou nos seminários anteriores foram pessoas fodas tipo Emerson Pedersolli...  Ano passado nesse mesmo seminário foi Fernanda Fernandes. Olha a responsa!! E depois da minha fala tem pinga fogo! Dá medo de me queimar, uai! Eu tô com medo, mas vou com medo mesmo, que eu não sou mulher de arregar! Só quando é mestrado, prova de concurso ou coisas assim... hahaha

Pois eu contei isso tudo pra contar em que pé anda a minha vida. Anda boa, sabe? 
Casamento é uma beleza! Melhor coisa que eu fiz!
Fizemos uma empresa juntos, que é meu trabalho. Uma empresa de alimentos saudáveis. Estamos produzindo e vendendo granola, antepasto de berinjela, pães integrais e revendendo mel. Hoje eu lancei um bolo de banana tbm... Acho que vai rolar uns dois bolinhos por feira. 
Voltei a morar em Pará de Minas. Pensando na empresa e em um rumo pra vida. Que a vida em BH tava assim, sabe? Nada acontece. Não ia pra lugar nenhum. Não tinha praia pra ir... a gente mal estava nadando. Ai viemos tentar e eu estou me sentindo em casa. E não achei que seria bom. Está sendo =)
Infelizmente não tenho mais cross fit de graça e não tô emagrecendo com sucesso, mas tá tudo bem!
Arrumamos outra cãozinha também. A Nina, que perdeu a mãe e estava sem ter pra onde ir. Eu me sinto mal porque ainda não gosto dela como gosto da Tina (que coisa esses nomes...) mas vou acabar gostando. No início a Tina também não era lá esse amor comigo.

Olha, eu queria continuar falando da vida despretensiosamente aqui, mas são 22:38 e eu tenho todas as coisas da feira - que eu já elenquei aqui - pra fazer. Se não começar, vou acabar só amanhã. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Azul é a melhor cor

Hoje assisti dois filmes. Aí me deu vontade de escrever. Na verdade essa vontade de escrever vem me rondando nos últimos dias... E eu evito. Porque eu evito? Não sei. Tem muito tempo que eu to numa vibe de que ninguém quer ler o que eu tenho pra falar e que o que eu digo mal sai de mim: é muito meu!
Mas vamos lá... esse diário também mal sai de mim. Tá na internet, mas é custoso de achar no google. Ótimo.

GrazaDeus 2015 acabou. Foi um ano ótimo, Velho! Eu casei em 2015! Pra sociedade... pro meu pai. Porque casar casar mesmo foi em 2014. Mas vestido, festa, varal de lâmpadas, buquê de gérberas foi em 2015. Mas o resto do ano foi tão tenso e intenso que vixe... me faltou ar. Que bom que acabou!
O que muda? Nada. Mas em um valor simbólico, uma esperança intrínseca. É uma chance de respirar e esperar coisas novas. Que viriam ainda que 2015 tivesse 90 meses, mas esse fim de ano e reinicio de contagem é benéfico.

Teve pai biológico aparecendo depois de 30 anos, acreditam? Foi demais pra mim. Nem vou falar disso agora. Não dá.

E 2016? Ué... Vai ter resoluções. Vai ter terapia holística - que eu sou muito mística, baby - começando amanhã. Vai salada de alface que eu plantei. Vai ter bebê? Acho que não. Uhhhll! Um blog que começou falando de fim de namoro merda agora tem assunto "bebê"! Muito amadurecimento.
Eu acho que a Shonda Rimes tá perdendo em não encerrar Grey's Anatomy e dar uma renovada fazendo um seriado da minha vida. Começando nos meus 15, 16 anos. Teve tanto acontecimento bomba, tipo fim de temporada...

Voltando aos filmes: Teddy Mosby que me perdoe, mas o que tem de tão especial em "Noivo neurótico, Noiva nervosa"? É um filme legal. Só. Agora... "Azul é a cor mais quente"... Nossassenhoraparecida! Muito bom! Não é só o tema interessante, ou as cenas de sexo que eu achei muito boas (comunidade LGBT que me perdoe, Eu tenho parâmetros héteros, mas enfim,,,), mas o sentimento que passa pelos closes no rosto da Adele. Da Emma também, mas principalmente na Adele. Sofri as várias angústias dela. O tempo todo.
E fiquei pensando em, hétero ou homo, a vida é quase a mesma... Em ciclos inevitáveis... Mas isso é assunto pra outro dia. Ta tarde e eu só queria dar o primeiro passo em direção à volta. Eu só queria escrever. Sem muito rumo, nem pretensão...

segunda-feira, 31 de março de 2014

Da impontualidade do amor / Uma declaração para o Renato

Acontece que o amor não é pontual e nem é certinho. Livros e filmes indicam o que fazer de mais romântico, mas na vida real, as coisas acontecem como podem, e é bem mais bonito. 
Eu li esse texto da Martha Medeiros (A impontualidade do amor) faz uns 13 anos, e nunca esqueci. Antes ele era um alento, de que uma hora o amor (o certo, a minha pessoa) viria. Hoje ele é uma constatação. A minha pessoa me acho de toquinha de biscoiteira na cabeça, ele quase 5 anos "atrasado" (mais novo) e eu sem saber mais o que esperar. Mas com persistência e um pouco de marketing, ele me dobrou e eu deu uma chance, pra ver "de qualé que era". E foi! Está sendo e eu estou muito feliz.
O pedido de namoro veio num ponto de ônibus lotado, a gente suado porque tinha corrido, era quarta feira, não tinha flores, mas amor já tinha, porque ele é a minha pessoa desde os 14 anos dele, sem eu fazer a mínima idéia.
Agora, quase dois anos depois, veio outro pedido, coisa que a gente já queria mesmo, mas que não era oficial. Ontem virou, e não foi num jantar, não tinha música, não tinha luz... Eu gripada, pronta pra dormir e ele teve a ideia de me dar esse anel de chiclete e me pedir em casamento. O anel não serve no dedo anelar, e a gente não sabia a mão certa para noivado, namoro ou casamento, mas o pedido foi real e a aceitação também, então, independente dos símbolos, nós estamos enlaçados um no outro, e daqui a pouco vem mais novidades por aí, laço mais estreito...

terça-feira, 24 de julho de 2012

O homem bomba

Ela tinha bom caráter
Era bonita como poucas
Tinha bom gosto para roupas
E seu perfume era sutil
E ela lhe dava tudo

E era um relacionamento saudável
E era um relacionamento saudável
Desses que e gente nunca dá valor
Pois falta sal

Ele era atencioso
Atento a tudo o tempo todo
E a buscava no colégio
E adorava vê-la rir
E ele lhe dava amor

E era um relacionamento saudável
E era um relacionamento saudável
Desses que e gente nunca dá valor
Pois falta sal

Mas o céu se abriu num sorriso branco
Quando outra surgiu com seu salto alto
Mas o chão se abriu sob a nuvem negra
Quando outro surgiu de jaqueta preta

E era um relacionamento saudável
Era um relacionamento saudável
Mais um relacionamento saudável
Desses que nos deixam marcas pelo corpo todo
Desses que nos deixam marcas pelo corpo todo
Desses que nos deixam marcas pelo corpo todo...


(Música Relacionamento saudável da banda Rocz)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Alguém me peça para parar!

É sempre isso: eu começo a achar que eu não sei escrever porcaria nenhuma, ou que o que eu escrevo é bonzinho igual a outras 200.000 meninas que escrevem coisas boazinhas. Nada fantástico. Passo meses totalmente se inspiração. Meus maiores ímpetos de escrever qualquer coisa são quando eu quero xingar a minha irmã e maldizer meu presente covarde. Mas eu escrevo, salvo com data numa pasta de textos blogáveis e não posto nada.

Ai num dia de ataque de DDA (ainda não comprovada oficialmente, porque eu não quero dar trela pra mais um problema oficialmente nomeado, mais um carimbo de defeito na máquina que sou eu*), eu começo a ler blogs. Os meus preferidos são o da Fabi e o do BFF. Hoje li o do BFF e fiquei com uma coisa por dentro... Ele fazendo um coletivo literário, olhando ilustrações (tenho um cara pra indicar) e custos de edição e eu comprando roupa e presentinhos pro mau namorado. Ele criticando quem chama esses bares fechados e mal iluminados ou qualquer bar na Savassi de Pub e falando das pessoas maquiadas e plásticas e eu passando rímel todo dia porque meus cílios são curtos demais. Mas e daí que meus cílios são curtos demais??? Me consola pensar que pelo menos eu não uso chapinha. Mas é um consolo muito frouxo...

Passei o endereço do meu blog pra uma pessoa. Uma menina nova daqui do trabalho que eu achei que podia gostar dessas coisas e ela disse que de fato está gostando. Fiquei pensando em divulgar mais e virar uma blogueira famosa, mas eu não tenho condição de sustentar isso e nem quero.

Estou, pra começo de conversa, com preguiça de falar da minha vida. Isso porque está tudo ótimo, uma belezura, mas bem repetido. Tudo repetido! Tuuuudddooo repetido (isso foi um grito, de desespero mesmo). Mas repetido como?

Repetido repetido. Eu to feliz, comecei a namorar e é um cara que nunca esteve descrito aqui (não que eu ne lembre). E ele é uma gracinha, mas eu fico pensando em até quando... Eu deixo de curtir o momento feliz? Não. A gente se vê direto, se chama de coisinhas, se pega loucamente sempre que pode, ele me acha divertidamente desastrada, eu estou me mantendo na linha: nada de ciumeira besta, nada de carência chorosa, nada de cobranças de nada. Ai eu lembro dos outros... Lembro de mim... E paro logo de pensar, pra não pirar e meter os pés pelas mãos. E tem o resto...

Estou trabalhando quase direito, mas sempre tem aquela chance de contrato ou demissão.. Nunca sei. Tem dias que eu produzo bem. Tem dia que eu leio blogs. E assim vai.

Meu gerente está me ajudando a procurar emprego em outro ramo, mas ta complicado. Eu não tem experiência e nem formação e as pessoas me dão as justificativas mais fofas pra dizer que eu não sirvo. O gerente diz que é assim e que eu não tenho eu desanimar. E eu vou vivendo...

Minha querida irmã está daquele jeito... A ultima dela foi reclamar que eu passo o fim de semana namorando e ela fica sozinha cuidando dos cachorros. Eu não respondi nada e fiquei pensando... Não sei o que ela pensa que eu vou fazer, mas isso realmente é um problema, porque eu não vou deixar de passar o fim de semana inteiro fora.

Eu culpo muito ela por ter me convencido a assumir a responsabilidade sobre uma cachorra que merecia tão mais. Eu gosto dela, claro, mas não quero ficar em casa por causa dela e não quero gastar 50,00 com coleira, 80,00 com consulta, 40,00 com vacina. A minha querida irmã não entende que quando eu virei mãe da Amèlie, eu ganhava 195% a mais que hoje.

Pra quem não queria falar da própria vida, eu já falei tudo da minha.
Sinto muito por vocês poucos que acabam lendo isso. Eu realmente não tenho muito do que falar e sai isso.
Posso começar a contar de filmes que eu ando vendo (namorado é cinema garantido, neam?).
Posso postar coisas que eu ando vendendo também...
Posso continuar não postando nada.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Fé (futuro, presente) de gelatina ou de rapadura?

Quando foi que eu virei essa pessoa medrosa? Essa pessoa parada num lugar com medo de se mexer e causar desmoronamentos em tudo ao redor?
Será que é essa a concepção de ser adulta e estável na minha cabeça descompensada? Eu acho que é a única explicação... Por que foi essa semana, conversando com a minha chefe que eu consegui expressar em palavras essa coisa que eu tinha dentro e mal entendia: eu tenho medo de mudar, por que foi muito difícil me manter quieta um dia.
Eu era aquela doidinha, que corria no corredor da faculdade porque estava sempre atrasada e cansava das coisas, dos textos, dos meninos, do trabalho... Vivia trocando de brinco, de estágio, de república. Nunca fiz tatuagem por que algo imutável era inconcebível. Ai um dia a Tati me mandou por um salto e fazer uma entrevista. Fiz e consegui o emprego, ganhando 2/3 a mais do que sempre em qualquer emprego e isso me convenceu a aguentar a mudança drástica de rota. Pois aguentei mesmo, ventos e tempestades de areia, fofocas e até assédio, sobrevivi a tudo e fui ficando, por que era um jeito de deixar de ser a ovelha negra da família que não parava em emprego nenhum e sempre seria uma professora de história pobre, porém cheia de idéias boas.
Acho que eu não queria ser assim, né? A ovelha negra e posteriormente a fracassada, já que minha irmãzinha vai virar uma Dra Veterinária famosa por defender os cães da matança por leishmaniose...
Mas ser trabalhadora da Fiat não me rendeu tantos louros. Principalmente no quesito emocional. Foi o assédio, mudança de chefe, falta total de utilidade no setor, devolução (eu sou terceirizada), volta numa área diferente, trabalho mecânico, amizades ótimas, paz, ameaça de nova devolução, reaproveitamento, total inaptidão, devolução sem nenhum respeito. Outra volta, outra área, outras amizades, um trabalho mais mecânico que o anterior, a adaptação, o DDA, a melhora geral e a bomba: "Não sei se por você ser muito prestativa para todos ou se porque você é muito distraida, você é lenta nas entregas e se tivesse uma vaga hoje, eu não te contrataria".
É verdade que eu sou lenta? Não. Chorei pela injustiça, 7 meses como uma trabalhadore de merda, mas colhi nova opinião e me re-motivei a acordar cedo pra trabalhar. Mas, como a segunda opinião sabiamente observou: "Esse não é o seu lugar. Você quer ficar aqui? Quer se esforçar pra ficar aqui? É isso que você quer pra sua vida? Na minha época, as pessoas faziam o que dava, eu não escolhi trabalhar aqui: aconteceu e eu fui ficando, mas você, as pessoas da sua idade podem escolher. Você não precisa ficar só por que você já começou aqui."   

=X

No choque do que ela disse eu entendi o que me pára. Eu não era medrosa, mas também não esperava nada da vida, por que eu era cheia de planos diversos e muito tempo pela frente e não precisava escolher nem pensar demais. Não é que meu tempo tenha acabado, mas agora eu aspiro coisas, quero estabilidade, só que por falta de costume, não consigo escolher nada, não consigo me mexer, já que a minha estabilidade atual está sobre um castelo de cartas que cairão assim que eu me mexer.
Como as crianças do Emejinho aprenderam, a minha fé e a minha vida não podem ser construídas sobre a gelatina  (ou a areia), então, talvez tenha mesmo que cair tudo sob mim, daí eu vou poder reconstruir as coisas de forma firme, sobre a rapadura (ou a rocha).

Agora é criar coragem pra sair do morno e enfrentar o gelado ou o cálido, por que como andei conversando dia desses, eu estudei uma coisa com a qual eu nãa trabalho, trabalho numa coisa que eu não estudei e combino com uma terceira coisa que eu nem estudei nem tenho nenhuma experiência.