terça-feira, 22 de novembro de 2011

Casos de família

A habilitação para carro ele tentou tantas vezes quem ninguém lembra mais a quantidade certa. Sempre com desculpas muito boas para os erros. Ai quando ele desistiu e nós achamos que podíamos ficar tranquilos, ele chega em casa com uma moto embaixo do braço, um carnê de prestações que mais parecia uma bíblia e diz que agora ia ser obrigado a tirar a habilitação para motocicletas.
Considerando o quanto ele é ansioso, não foi a melhor escolha ter uma moto pra pagar como incentivador para passar no exame de direção. Mas minha família só tem neguinho impulsivo, menos a minha irmã, que é um poço de coerência, retidão e prudência (Urgh!!).
Pois ele tentou a primeira vez. Não passou. Chegou em casa com uma história muito boa sobre perder por pouca coisa. Marcou a segunda. Também chegou em casa com cara de injustiçado/azarado/perseguido. Meu tio e meu primo tinham ido espiar o exame e viram que foi muito inaptidão e nervosismo do que azar. E eu pensei em todo o dinheiro que foi embora e que ainda iria, caso ele quisesse fazer o exame 7, 11 ou 13 vezes, como foi com a carteira de carro.
Marcou o terceiro exame.
Ai hoje de manhã minha mãe liga pra minha irmã, antes das 7 da manhã pra contar que ele passou!
Putz!!! Foi emocionante. Fiquei súper feliz por ele! Até por que eu já tinha perdido as esperanças, a confiança e a eticétera.
Ai liguei pra dar parabéns e ele foi me contar como foi. Depois da narração, eu pensei no quanto minha família parece essas famílias de núcleo engraçado de novela das 7. Segundo ele - que seria o pai descontrolado - ele fez o exame e de cara perdeu 3 pontos se desequilibrando e colocando o pé no chão. Ai resolveu não errar mais e não errou.     Oo   
Minha mãe, meu primo e meu tio estavam pendurados no muro  - isso mesmo: pendurados no muro da pista de teste - para ver o exame. E quando ele passou, desceram pra cumprimentar. Ai minha mãe - daquelas personagens mães boas de coração e de cozinha, e bem gordinhas - se esborrachou no meio dos arbustos e meu primo que foi ajudar, pisou em falso e caiu por cima dela...
Mas parece que ninguém quebrou nada e meu pai agora é mais um motorista à solta oficialmente. Segundo ele, foi por causa das preces da minha avó, que não se enquadra muito nas avós típicas das novelas. Ela não é beata, não cozinha bem - ela sabe, mas não quer, não conta histórias, não é bom exemplo e ainda é muito carente-rabugenta...

E que tipo de mocinha eu sou?

Um comentário:

  1. A adolescente descolada, que tem blog e uma visão quase cínica (porque novela das oito não tem cinismo) e engraçadinha das coisas que acontecem ao redor.
    Provavelmente você vai começar a namorar o herói do núcleo dramático ou um coadjuvante bem intencionado e simpático, cujo ator recebe cartas de fãs o tempo todo (a adolescente descolada nunca namora o vilão).

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